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domingo, 13 de fevereiro de 2011

Medo da inflação realimenta preços

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No governo Lula era tudo alegria, Brasil potência, ele até tirou sarro ao dizer que o Brasil estava empestando dinheiro para o FMI, achou chique, as custas da credulidade do povo  humilde que sentia nele um igual, um peão como os demais. Sim ele ajudou, mas se tivesse ajudado mais o Brasil teria investido o nosso dinheiro aqui mesmo e não em cuba, feito acordos esdrúxulos com Hugo Chaves e  Evo Morales que, como recompensa, estatizou as instalações da Petrobrás e ficou por isso mesmo além disso usou um colarzinho dos bons, só que pegou mal pois se tratava de insumo para fabricação de entorpecestes. E no mas no Brasil dos iludidos tudo era paz e amor, Lula na Terra e Deus no céu, ou será  contrário.O peso mastodôntico do inchaço da folha de pagamentos e as obras do dito PAC, que não anda Mas agora vem o carnaval, cada povo tem seu ópio, só alegria e a Dilma, ah, a Dilma, o que ela esta fazendo mesmo?
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Márcia De Chiara, de O Estado de S.Paulo
12/02/2011
De pedreiros a manicures e dentistas, brasileiros reajustam preços de serviços em 8,45%, na média de 12 meses, muito acima da inflação geral

A escalada da inflação dos últimos meses ressuscitou mecanismos informais de indexação de preços, especialmente dos serviços. É o pedreiro ou o cabeleireiro, por exemplo, que aumenta o valor da diária ou do corte de cabelo, seguindo a intuição ou usando critérios próprios, como o gasto com a condução para chegar ao trabalho ou com a refeição fora de casa.
Um estudo feito pelos técnicos da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe), a pedido do Estado, com base nos dados do Índice de Preços ao Consumidor (IPC), ilustra com números o estrago das expectativas negativas nos preços dos serviços que seguem uma indexação informal.
Em 12 meses até janeiro deste ano, os preços dos serviços reajustados segundo critérios informais aumentaram 8,45%. O resultado supera de longe a variação do mesmo período pelos serviços que têm critérios previamente definidos de reajuste (4,93%) e incluem aluguéis e contratos de assistência médica, entre outros.
Enquanto isso, a inflação geral ao consumidor medida pelo IPC da Fipe no mesmo período foi de 6,2%. Os demais 405 produtos que compõem o indicador e englobam desde alimentos a eletrodomésticos, eletrônicos e artigos de vestuário subiram, em média, 6,4% e seguiram de perto o resultado geral do IPC.
Nesse rol estão, por exemplo, o filé mignon, que aumentou 54,55% em 12 meses, seguindo a alta de preço das carnes no mercado internacional, e até eletrônicos como o celular, cujo preço caiu 13,38% no período por causa da desvalorização do dólar em relação ao real e da forte concorrência dos importados.
"Em períodos de inflação alta, a inércia inflacionária ganha força entre os preços dos serviços reajustados informalmente", afirma o gerente do IPC-Fipe Moacir Yabiku. Ele e a supervisora Hilda Miranda são os responsáveis pelo estudo.
Teto da meta. Esse mecanismo de reajuste, que leva em conta inflação passada e fatores aleatórios, foi citado na semana passada pelo ministro da Fazenda, Guido Mantega, quando soube do resultado da inflação oficial. O IPCA de janeiro atingiu 0,83%, a maior marca desde abril de 2005, e acumulou alta de 5,99% em 12 meses.
Segundo o coordenador do IPC da Fipe, Antonio Comune, em períodos de inflação alta, como o atual, a inércia inflacionária aumenta. Os agentes econômicos, especialmente fornecedores de serviços que não enfrentam a concorrência de importados, reajustam seus preços tentando se resguardar de perdas.
"Todo mundo coloca um pouco mais no preço, às vezes por questão de arredondamento." Ele observa que entre os parâmetros para os reajustes geralmente estão a passagem de ônibus e o salário mínimo. Bráulio Borges, economista chefe da LCA, ressalta que a indexação informal sempre existiu. Mas, quando a inflação anual gira em torno de 5%, ela ganha força.

terça-feira, 30 de novembro de 2010

Apoteose da gastança: é o governo querendo dar O Golpe

30 de novembro de 2010 | 19h46
Celso Ming

Nesta terça-feira, o presidente do BNDES, Luciano Coutinho, fez uma advertência: “Não é inteligente brincar com a inflação.” E, no entanto, foi o que o governo fez ao longo de 2010, ao puxar as despesas públicas às raias da irresponsabilidade e, depois, enfeitar as contas.
O relatório do Banco Central sobre o desempenho da política fiscal mostrou, também nesta terça, o pior resultado em outubro desde 2005. Ainda assim, o superávit primário (que exclui despesas com juros) foi a R$ 9,7 bilhões só porque o governo forçou certos lançamentos, mais ou menos como a Argentina trabalha hoje com os dados de inflação.
A mais clamorosa forçada foi a exclusão dos investimentos da Eletrobrás para arrancar resultados. Alguns leitores pediram que esse assunto fosse mais bem explicado. Por que essa exclusão maquia as contas? Até recentemente, os investimentos das estatais não eram considerados despesas para efeito de elaboração desses cálculos. Fácil entender por quê. Todo superávit é receita menos despesa. Se uma despesa fica artificialmente mais baixa, o superávit aumenta. (A necessidade de fazer superávit tem a função de destinar uma sobra de arrecadação para amortizar a dívida pública.)
E por que os investimentos de empresas estatais não entravam na conta e agora passaram a entrar? É que uma boa parte deles não passava de despesa pura e simples e, em muitos casos, de péssima qualidade. Há quem argumente que investir em petróleo é quase sempre uma coisa boa e, portanto, não deve ser considerado gasto. Não é verdade. Lembram-se da estatal Paulipetro, do então governador Paulo Maluf, que pretendia encontrar petróleo no interior de São Paulo? Até hoje Maluf considera o dinheiro ali enterrado um grande investimento. Mas a gente sabe que não passou de maracutaia, como dizia o então metalúrgico Lula. E, cá entre nós, nem mesmo a Petrobrás investe bem sempre. Quanto à Eletrobrás, todos sabemos que um bom pedaço dos investimentos vem carimbado com suspeição. Qualquer projeto de hidrelétrica começa avaliado em uma fração do seu custo real. É um inchaço quase sempre pouco edificante e, portanto, despesa improdutiva.
É por essas e semelhantes razões que, durante o governo Fernando Henrique, os tais investimentos das estatais foram considerados despesas.
Nos primeiros anos de administração, o governo Lula levou mais a sério o compromisso de criar o superávit primário, que em 2008 e 2009 foi de 3,8% do PIB e, neste, baixará para 3,1% do PIB. Esses dois últimos anos foram de apoteose da gastança, porque o objetivo era azeitar o jogo eleitoral. As despesas do governo cresceram em 2010 nada menos que 17%. E o superávit prometido, de 3,1% do PIB, só será entregue porque o governo fez a mágica já exposta com os resultados da Eletrobrás e usou as receitas da capitalização da Petrobrás para turbinar as contas.
A nova presidente, eleita em boa parte graças ao emprego do lubrificante especial, avisa que vai colocar em marcha um forte ajuste das contas públicas. É o reconhecimento de que os resultados fiscais estão maquiados. Se o superávit primário de 3,1% do PIB fosse verdadeiro, não seria preciso apertar os cintos. Enfim, em 2010, o governo não foi inteligente como sugeriu Coutinho. Brincou com a inflação.

Aí está o desgaste a que os Piigs (Portugal, Irlanda, Itália, Grécia e Espanha) estão submetendo o euro.
Equilíbrio ilusório. A dívida líquida está à altura de 40,5% do PIB, número só aparentemente baixo. Quando o Banco Central (BC) compra dólares para suas reservas, emite títulos. Do ponto de vista da dívida líquida, essas emissões não aparecem porque no outro prato da balança há os créditos em dólares. O problema está em que o BC pagará pela dívida juros de quase 11% ao ano, enquanto as reservas não renderão mais que 3%.
Veja quem esta patrocinando a festa:

segunda-feira, 29 de novembro de 2010

Mantega quer esvaziar índice de inflação para baixar taxa de juros

Fazenda estuda criar novo índice para expurgar preços de alimentos e combustíveis e, assim, reduzir a meta de inflação e a taxa Selic
25 de novembro de 2010 | 23h 00


O ministro da Fazenda, Guido Mantega, quer "desidratar" o índice de inflação na tentativa de reduzir a taxa de juros mais rapidamente no governo Dilma Rousseff. Embora o Banco Central já calcule os chamados núcleos da inflação medida pelo IPCA excluindo alguns alimentos e combustíveis, Mantega resolveu anunciar que o governo estuda criar novo índice para expurgar os preços desses produtos.
Será o IPCA Ex-Combustíveis e Alimentação. A ideia, segundo apurou o Estado, é retirar todos os alimentos e combustíveis do novo índice, diferente do que faz o BC brasileiro hoje e como faz o Federal Reserve (Fed, o BC dos Estados Unidos).
Numa espécie de nova "contabilidade" para a inflação, seguindo estratégia que também será adotada para as contas públicas no próximo governo, Mantega justificou que a medida é necessária porque o Brasil se "acostumou a olhar a inflação cheia".
O novo índice traz naturalmente à tona a discussão em torno de uma mudança na meta de inflação, fixada em 4,5% para 2011 e 2012. Enquanto o IPCA acumulado em 12 meses até outubro está em 5,20%, cálculo de um grande banco mostra que o índice com o expurgo de alimentos e combustíveis no mesmo período é de 4,16%.
Juro menor
Se o governo resolver definir a meta com base no novo índice futuramente, isso pode significar uma menor carga de juros para conter a inflação. Com os expurgos, segundo fontes ligadas ao governo, o ministro acredita que o Banco Central (BC) não precisará reagir a movimentos "momentâneos e passageiros" de alta de preços, muitas vezes decorrente de problemas climáticos e de choques externos. Um ponto negativo é que o núcleo dificulta a identificação de mudanças estruturais de preços de alimentos ou de combustíveis.
Nos últimos anos, Mantega sempre se contrapôs ao BC por elevar os juros por conta de pressões inflacionárias desse tipo, que na sua avaliação não tinham nada a ver com aquecimento da demanda da economia.
Entrou para história a declaração de Mantega, em abril de 2008, de que a culpa pela alta da inflação era do "feijãozinho que todo brasileiro come".
Fortalecido no cargo, Mantega indica agora que quer mudar o foco do BC do índice cheio para o expurgado. O BC, porém, sempre defendeu trabalhar com a meta pelo IPCA cheio por considerar mais fácil para a população entender o sistema.
Independentemente disso, o Copom tem olhado com muita atenção os núcleos do IPCA (o próprio BC faz três diferentes cálculos de núcleos) e muitas vezes decide o rumo da taxa de juros com base neles. Se estão muito elevados, o BC sobe os juros.
Para defender a mudança, Mantega destacou que esse é o modelo utilizado nos EUA. O Fed, no entanto, não trabalha com meta formal de inflação. E tem mandato para perseguir o maior crescimento possível.
Meta mais baixa
Em entrevista ao canal GloboNews, o ministro avaliou que a economia precisa de ajustes para que o governo possa reduzir a meta de inflação. Para ele, uma meta mais baixa, dependendo das circunstâncias, pode significar juros mais altos e menos crescimento.
Ele destacou que uma parte importante da economia brasileira permanece ainda indexada, o que dificulta a queda da meta de inflação. "A economia tem uma inércia, que não é pressão (inflacionária), mas que vai passando de um ano para o outro."
Entre os problemas apontados por Mantega, está a indexação dos preços administrados de serviços públicos, como tarifa de energia elétrica e aluguéis, pelo IGP-M, índice que traz uma influência dos preços das matérias-primas (commodities) e da taxa de câmbio. Mantega antecipou que esse problema pode ser resolvido com a "diluição" desse e de outros indicadores ou troca por índices melhores.
Outro problema apontado pelo ministro é o impacto dos preços das commodities na economia. "O Brasil é cada vez mais forte na produção e exportação de commodities, que estão subindo há vários anos e exercem uma pressão inflacionária muito grande", ponderou.
Copom
Faltando poucos dias para a última reunião do Copom, Mantega disse que vai aceitar caso o BC aumente os juros, mas ponderou que isso só acontecerá se for necessário. "Nós sabemos que aumentar a taxa de juros tem um custo para o País."

Comentário:
Talvez o FED nao inclua no indice de inflacao alimentos porque os tais variam significativamente no verao e inverno. Por exemplo, a caixa de mangas custa menos do que $6.00 no verao, sobe a mais de $10.00 no inverno, retornando no proximo verao a valores inferiores a $6.00. No caso da gasolina, a mesma varia com a variacao do valor do Petroleo. Por exemplo, em 2008 quando o barril despencou de $150 para menos de $70, o valor da gasolina caiu proporcionalmente. Temos no Brasil a mesma variação? Os preçs da gasolina diminuem na proporção do valor internacional do barril de petroleo? E os alimentos, também diminuem retornam ao seu valor no proximo verão, incluindo apenas a inflacao de um digito? Talvez seja por esta razão que o BC, ate o momento, incluiu tais items na definicção da inflacção, e o FED não.

sexta-feira, 19 de novembro de 2010

A inflação galopante esta voltando? O perigo é real!

Por Celso Ming
Não dá mais para sustentar impunemente a posição de que a inflação não é problema no Brasil. Dá para dizer mais: vai-se desmontando a arquitetura inicial, de juros baixos, câmbio alto e superávit menor, que a presidente eleita, Dilma Rousseff, vinha desenhando para o início do seu governo.
A puxada do IGP-M apontada na segunda prévia de novembro, de 1,2% em 30 dias, é prenúncio de escalada. Reflete aumento rápido dos preços dos alimentos e demais matérias-primas que só em parte tem a ver com choque de oferta (falta) ou com a desvalorização do dólar. Em 12 meses, o IGP-M já avançou 10,0%. Convém lembrar que este é o indexador utilizado para o reajuste dos aluguéis, de um grande número de contratos financeiros e da maioria das tarifas. Ou seja, um IGP-M disparado é injeção de inflação na veia.
O consumo está correndo na frente da produção em consequência do forte avanço das despesas públicas (mais de 17% em 12 meses) e é agora inevitável que o salto dos preços no atacado revelado pelo IGP-M acabe sendo repassado para o custo de vida.
É uma situação que pede alta dos juros já na próxima reunião do Copom, agendada para o dia 8 de dezembro, se o Banco Central quiser manter os preços sob controle. Esse “se” é muito importante porque o próximo governo vai acomodar muita gente da administração anterior para a qual o combate à inflação não deve ser tão rígido. É o velho argumento – furado – de que uma inflaçãozinha a mais não dói. Brincar com uma coisa tão séria cobra inevitavelmente um preço alto demais logo à frente. E não vai ser apenas em perda de poder aquisitivo do trabalhador. Será principalmente em redução de crescimento econômico e nível de emprego.
A exigência técnica para que seja preservada a meta de inflação de 4,5% ao ano vai na contramão da retórica da presidente eleita. Ela vem anunciando queda rápida dos juros, de maneira a evitar especulação no câmbio e mais entrada de moeda estrangeira e, ao mesmo tempo, reduzir os custos de produção dos quais os juros são componente importante.
É claro que se pode perfeitamente obter queda rápida dos juros. Mas, para isso, será preciso mais colaboração da política fiscal (gastos do governo federal). E não é o que se vê com a decisão anunciada quinta-feira de que o superávit primário (sobra de arrecadação para pagamento da dívida) vai, mais uma vez, ser reduzido, de 3,3% para 3,1% do PIB.
A corrida dos preços vem num momento complicado, em que o consumo se mantém forte, a produção avança mais lentamente, o câmbio não ajuda e a política fiscal continua frouxa demais.
Toda a política econômica parece desconjuntar-se, o que de resto é compreensível em final de mandato. A hora é de volta à consistência. No entanto, o discurso da presidente eleita vai em outra direção. A maioria dos sinais é de flacidez no controle dos gastos e de possível falta de firmeza na condução da política monetária. Por enquanto, os agentes econômicos ainda estão dando um desconto pelo período de transição. Mas, se for consolidada a percepção de descostura nos fundamentos e insuficiência de ancoragem, as expectativas podem se deteriorar mais rapidamente e os preços, pular ainda mais alto.