sábado, 26 de maio de 2012

Discurso bifurcado

Editorial
O maior capital de uma nação  é o capital humano para o Brasil, e este esta sendo sistematicamente deixado de lado.As escolas são Ruins, os professores são desestimulados pela baixa remuneração e condições muitas vezes degradantes Prédios obsoletos, sem laboratórios sem concatenação com a realidade com o dia a dia.A educação deve ser a pedra de toque para o desenvolvimento.
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As oscilações do mercado são próprias ele.Devem ser conduzidos para que haja um equilíbrio entre o que entra nas contas do balanço de pagamentos.Porém o bem mais precioso é o capital humano,até parece ´oo capitalbvio, contudo é onde mais patina pois não forma
Celso Ming - O Estado de S.Paulo
25 de maio de 2012
O governo Dilma está especialmente aflito com o baixo desempenho do setor produtivo que, neste ano, deve repetir o fraco crescimento do PIB obtido no ano passado, de 2,7%, ou mesmo ficar abaixo disso.

Na tentativa de virar esse jogo adverso, a presidente Dilma Rousseff vem usando instrumentos nem sempre coerentes. De um lado, parece acreditar no simples encorajamento - como fazem por vezes dos querem mais empenho do destacamento. É assim quando apela, por exemplo, para a reativação do instinto animal do empresário.
Outras vezes, envereda para o caminho das ameaças. É o caso dos banqueiros, forçados a acelerar o crédito e a derrubar os juros, mesmo quando os índices de inadimplência mostram que o consumidor está excessivamente endividado e enfrenta dificuldades para continuar honrando compromissos financeiros. Diante disso, os banqueiros vêm reagindo de dois modos. Tanto anunciam alguma redução de juros como, também, não mexem no essencial. São cavalos que fingem que bebem ou que, simplesmente, não bebem a água para cujos reservatórios são conduzidos - já advertira no início deste mês o economista-chefe da Federação Brasileira de Bancos (Febraban), Rubens Sardenberg.
Na avaliação da conjuntura, o governo também é dúbio. Às vezes, realça o que vê como bom momento da economia. E, nessas condições, aponta para o baixo nível do desemprego, que em abril caiu para 6,0%, ou para o forte avanço do consumo, entre 5,0% e 6,0% neste ano. Em outras oportunidades, aponta para o horizonte cor de chumbo e alerta para turbulências que ameaçam toda a economia mundial, inclusive a do Brasil. Além do agravamento da crise global, a guerra cambial e os tsunamis monetários são alternadamente evocados para justificar o baixo resultado do setor produtivo.
Esse discurso bifurcado parece gerar mais dúvidas do que certezas. Todo o mundo vê que o consumo turbinado não guarda relação com a atividade produtiva, porque o PIB, já ficou dito, se arrasta a duras penas, especialmente quando provém da indústria.
Por outro lado, todos sentem que os apelos retóricos à ambição por lucros do empresário, sem a contrapartida da derrubada corajosa dos custos, não têm fôlego. Os pacotinhos de estímulo são endereçados a alguns favoritos ou a setores que se notabilizam pelo seu poder de grito. Esses são os vencedores, os mesmos que são agraciados com as batatas: alguma redução de impostos e créditos favorecidos do BNDES. Aos demais, sobram as cascas de sempre: políticas improvisadas e sem nexo; alta carga tributária; quarta tarifa mais cara de energia elétrica vigente no mundo; mesmos juros escorchantes no capital de giro; mesma precariedade da infraestrutura; Justiça que leva anos para dirimir um conflito de interesses; burocracia exasperante dos serviços públicos... e por aí vai.
O ministro Guido Mantega prefere realçar o que entende como grandes avanços da administração pública em direção aos juros mais baixos e ao câmbio desvalorizado. O problema está em que, sem forte empurrão que só as reformas proporcionarão e sem uma decidida ação rumo à redução do custo Brasil, essas mexidas não se sustentam, não lançam alicerces para os investimentos do setor privado e passam a impressão de que a economia está se desarrumando.

e-mail:palmada.semanal@gmail.com

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