Será que a ganância pelo lucro a qualquer custo?
De um grande monte de onde só se tira um dia acaba e quando acabar já será tarde e a desertificação da Amazônia será a herança em fotos de um passado exuberante e de uma tristeza imensa pela estultícia do homem.
___________________________________________________________________O globo
20/08/2011
O Globo (opais@oglobo.com.br) com Portal Amazônia
MANAUS - Dados do sistema de monitoramento de queimadas do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), de São José dos Campos, mostram que entre 1º de janeiro até 19 de agosto houve crescimento de 91% nas ocorrências de queimada no estado. Em 2010 foram registrados 136 focos de calor, enquanto neste ano já são 261. O índice vai na contramão dos demais estados, que apresentam queda na quantidade de queimadas no comparativo com o ano passado.
Entre as regiões mais afetadas no Amazonas estão o Parque Nacional Campos Amazônicos, que teve queimada entre o fim de julho e início de agosto uma área de 330 km² (equivalente a 206 vezes o tamanho do Parque Ibirapuera, em São Paulo). Segundo informações do Sistema Nacional de Prevenção e Combate aos Incêndios Florestais (Prevfogo), do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), o risco de novos focos de incêndio na floresta é alto devido à forte estiagem na região.
- Enfrentamos este calor inédito. A umidade do ar não deveria ficar tão baixa. Estamos pedindo para a população evitar a queima em propriedades, principalmente no sul do Amazonas - disse Agenor Vicente da Silva, coordenador estadual do Prevfogo.
Dados do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) apontam que a umidade relativa do ar na região está em 34%, mesmo índice registrado durante o auge da seca na Amazônia em 2010, considerada a segunda pior da história.
- O normal é a umidade do ar no estado ficar em cerca de 80%.
A redução é consequência de um fenômeno climático que deixou a atmosfera seca em várias partes do país. Esta situação deverá continuar até meados de setembro - comenta o meteorologista Francisco de Assis Diniz.
Para Bernardo Flores, pesquisador do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia, quanto mais frequente for o fogo em trechos da floresta, mais suscetível o bioma ficará às queimadas.
- Teria que ocorrer uma conscientização da população, para evitar o uso do fogo na limpeza de terrenos, por exemplo. Mas é complicado, porque a população mais pobre não tem como utilizar formas mais caras para isto - disse.
Segundo Silva, em todo o estado existem 60 brigadistas do Ibama, número insuficiente para controlar as ocorrências do estado.
- O Corpo de Bombeiros está somente nas cidades mais distantes - afirma. De acordo com Rômulo Mello, presidente do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), ao menos cem unidades de conservação concentradas nas regiões Centro-Oeste, sul do Amazonas e parte do Pará têm risco alto de incêndio.
- Nós já temos aviões preparados para utilizar no combate às queimadas, além dos funcionários do instituto. Não queremos que este ano alcance o total de 1,5 milhão de hectares queimados (15.000 km²) em 2010. Em 2011 já houve registro de 200 mil hectares (2.000 km²) devastados pelo fogo - disse.
Desmatamento cai em julho, mas 2011 supera 2010
Quarta-feira, dia 17 de Agosto de 2011 às 16:10hs
Fonte: http://www.aquidauananews.com/index.php?action=news_view&news_id=188561
A taxa de desmatamento na Amazônia caiu 28% em julho em comparação com junho. Os dados foram divulgados nesta quarta-feira pelo Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais).
Segundo o sistema Deter, que enxerga o desmatamento em tempo real com o uso de imagens de satélite, foram perdidos 225 km2 de floresta na região no mês passado, contra 312 km2 em junho. Em comparação com julho do ano passado, a queda foi de 50%.
Mesmo assim, o Deter indica que o desmatamento no ano de 2011 (medido de agosto de 2010 a julho deste ano) foi maior que o do ano passado. Em 2010 a Amazônia registrou a taxa de devastação mais baixa já medida pelo Prodes, o sistema do Inpe que dá as cifras oficiais do corte da floresta: foram 6.400 km2 desmatados estimados, uma área quatro vezes maior que a da cidade de São Paulo.
A Folha apurou, no entanto, que o dado de 2010 será revisto para cima neste ano, ficando em torno de 7.000 km2. O procedimento de revisão é normal.
De agosto de 2010 a julho de 2011, o Deter apontou 2.654 km2 desmatados na Amazônia, um crescimento de 15% em relação ao período agosto de 2009/julho de 2010 (2.295 km2). O Deter, porém, é menos preciso e não enxerga pequenos desmatamentos, que são cada vez mais frequentes na região. Por conta dessa "miopia", ele não é usado para cálculo de área desmatada, apenas para apontar tendências e auxiliar a fiscalização.
A série de dados do Deter indica que a reversão da tendência de queda do desmatamento começou em março. Em abril, quando o debate sobre o Código Florestal começou a pegar fogo no Congresso, a devastação medida pelo Deter cresceu mais de 300% em relação ao mês anterior (e 835% em relação a abril do ano passado), o que levou a ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, a convocar uma espécie de "gabinete de crise".
Segundo o governo, expectativas do setor produtivo em relação à anistia a desmatadores prevista no projeto então em discussão na Câmara dos Deputados, somados ao mercado de commodities agrícolas aquecido e a uma lei de zoneamento complacente em Mato Grosso, foram culpados pela escalada.
O Ibama suspendeu todas as suas operações de fiscalização no restante do Brasil e deslocou mais de 500 agentes para reforçar a fiscalização na Amazônia.
Mas ações do próprio governo também estão se mostrando corresponsáveis pelo aumento no desmate.
O município mais desmatado em julho foi Porto Velho (RO), que abriga as usinas hidrelétricas do rio Madeira. O terceiro município mais desmatado foi Altamira (PA), onde será construída a megausina de Belo Monte, no rio Xingu.
e-mail: palmadasemanal@gmail.com



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