sábado, 18 de junho de 2011

Para reviver o fenômeno Mamonas Assassinas 15 anos se passaram!

Minha Palavra
Talvez tivesse que ser desse jeito . Foi meteórico , intenso , alegre, irreverente. Apaixonante. Eles tiveram que existir para mostrar que não se deve ser sério demais. Pois a vida  fica chata, insuportável.
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Grupo Estado
MAIARA CAMARGO
16 de junho de 2011


Quem se encantou com o cabelo da hora da mina, com a saga de Manoel numa festinha esquisita e, ainda, com a transformação de um tal de RoboCop Gay pode relembrar os feitos de cinco rapazes de Guarulhos no documentário Mamonas pra Sempre, produção que chega hoje aos cinemas.
Pouco mais de 15 anos após a morte repentina de todos os integrantes do grupo, que fez sucesso meteórico entre 1995 e 1996 e vendeu 3 milhões de cópias de seu único álbum, os fãs têm a chance de rever as estripulias de Dinho (vocal), Bento (guitarra), Júlio (teclados), Samuel (baixo) e Sérgio (bateria).
Dirigido por Cláudio Kahns, o filme, que começou como uma pesquisa para a realização de um longa-metragem de ficção ou uma minissérie de TV, não traz grandes novidades sobre a banda e se baseia em duas vertentes: entrevistas com familiares e outros conhecidos dos membros da banda e imagens de arquivo pessoal, feitas pelos próprios artistas durante apresentações e viagens.
A produção parte da história da banda Utopia e de como um rock mais sério deu lugar ao jeitão escrachado dos Mamonas Assassinas. Em 1990, durante um show do Utopia, que fazia covers de Legião Urbana, Titãs e Rush, o trio contou com a ajuda de um jovem da plateia para cantar uma música do Guns N’ Roses.
O rapaz era Alecsander Alves, mais conhecido como Dinho. Já com Júlio e Dinho no grupo, a banda lançou seu primeiro disco, um fiasco que não vendeu nem 100 cópias.
Longe dos palcos, o bom humor dos garotos já rendia paródias e sons mais engraçadinhos, que faziam sucesso nas apresentações. Resolveram, então, mudar o estilo e o nome da banda e criar um novo jeito de fazer rock. Nascia o fenômeno Mamonas Assassinas.
Bastidores
Entre os depoimentos, destaque para a fala aparentemente sincera do produtor musical Rick Bonadio, que ganhou da banda o apelido de Creuzebek.
Os relatos de momentos de bastidores, como a história da discordância dos Mamonas com relação ao fato de Dinho levar a namorada (Valéria Zopello) a todas as apresentações do grupo, mostram o lado mais humanos dos músicos, que também, claro, tinham seus problemas de convivência.
Outro momento bem aproveitado pelo filme é a guerra que os Mamonas Assassinas causaram entre as emissoras de televisão. Com o sucesso avassalador, o grupo era o convidado principal dos programas dominicais dos três maiores canais abertos da época, Globo, SBT e Manchete.
Faustão e Gugu, por exemplo, disputavam a presença da banda no palco, o que, na época, era garantia de primeiro lugar no Ibope.
Na contramão do excesso de imagens antigas que compõem o filme, foram criados avatares responsáveis por garantir um pouco de humor, característica mais forte dos Mamonas.
Assim, ao longo dos 84 minutos de projeção, Dinho, Bento, Júlio, Samuel e Sérgio marcam presença por meio dos bonequinhos que fazem graça na tela. O efeito dá um ar mais leve à produção e anima o espectador, que pode se cansar com as sequências amadoras registradas pelos próprios músicos.
O documentário evita explorar a morte prematura dos integrantes do grupo ao tratar a tragédia de forma respeitosa e narrar o que houve sem sentimentalismos. A mesma discrição não foi vista na época. A fama dos Mamonas levou alguns veículos de comunicação a estampar fotos dos corpos mutilados em suas páginas.
Para os fãs da banda, o filme é uma boa maneira de relembrar os sucessos. Sem o intuito de criticar os Mamonas ou o som que produziam, o documentário é uma ode a um dos grandes fenômenos da música nacional.

e-mail: palmadasemanal@gmail.com

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