A cultura de massa a escola não é uma prioridade como em outras culturas. Num país de terceiro mundo essencialmente agrícola a prioridade é suprir as necessidades mais básicas para sua sobrevivência, segundo Maslow.
Um povo que não tem prioridade na educação ainda deve avançar em sua cultura!
A obrigação que os responsáveis têm de colocar os filhos na escola é, a meu ver , uma aberração, assim como o voto obrigatório, o alistamento militar obrigatório, etc.
A escola gratuita deveria ser uma exceção do estado e não uma obrigação. O estado tem o dever constitucional de promover a educação mas jamais obrigar ao cidadão a se matricular em qualquer escola se não desejar, isso fere a autodeterminação e escolha individual de dada um. Quando e se quiser a pessoa sentir a necessidade ela terá esse direito. O resto é manipulação de um estado autoritário que interfere diretamente no livre arbítrio. O cidadão não dever ser refém do estado mas sim o contrário. O Estado deve prover as necessidades da população.
Nesse país a escola que não tem evasão é a escola de samba. Porque será? Qual é a prioridade do povo?
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O Estado de S.Paulo
Rafael Moraes Moura / BRASÍLIA
Mariana Mandelli - O Estado de S.Paulo
05 de maio de 2011
Escolas públicas e particulares poderão optar entre manter grade curricular atual e adotar modelo dividido em áreas de atuação - ciência, tecnologia, cultura e trabalho -, com ênfase nas disciplinas da área escolhida.
O Conselho Nacional de Educação (CNE) aprovou ontem, por unanimidade, as novas diretrizes do ensino médio, que devem trazer mudanças nas escolas públicas e privadas.
As diretrizes - que precisam ser homologadas pelo ministro da Educação, Fernando Haddad - pretendem conferir mais autonomia e flexibilidade às escolas na definição da grade curricular e permitir que os estudantes de ensino médio noturno tenham mais tempo para concluir os estudos.
Na prática, cada escola pode optar entre manter a grade curricular tradicional e a montagem do projeto político-pedagógico a partir de quatro áreas de atuação - ciência, tecnologia, cultura e trabalho.
Cada escola escolheria a sua vocação, por meio do "diálogo" entre corpo docente, alunos, redes de ensino e as comunidades locais. Uma escola de uma região industrial, por exemplo, poderia enfocar a área de tecnologia, abrindo mais espaço às disciplinas de física e química, sem deixar de lado outras matérias, como língua portuguesa e história.
"O ensino médio tem de ser entendido como uma etapa final da educação básica, capaz de atender ao projeto de vida das pessoas", diz o conselheiro José Fernandes de Lima, relator das diretrizes.
Hoje, o ensino médio é visto como a etapa mais problemática da educação básica, com altos índices de evasão. Uma pesquisa de 2009 baseada em dados do IBGE mostrou que 40% dos jovens de 15 a 17 anos abandonam a escola por desinteresse e 27%, por razões de trabalho e renda.
A definição das novas diretrizes surge uma semana após o lançamento do Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego (Pronatec), que visa a formar mão de obra qualificada por meio de capacitação técnica e profissional de alunos do ensino médio, além de beneficiários do Bolsa-Família e reincidentes do seguro-desemprego.
Educadores e especialistas em ensino médio ouvidos pelo Estado consideram positivas as propostas do Conselho Nacional de Educação (CNE) para essa etapa da educação básica, mas com algumas ressalvas.
Segundo eles, alguns pontos, para serem efetivados, dependem principalmente da organização das redes de ensino.
"As diretrizes, com esse menu de escolhas de áreas temáticas, oferecem ao aluno a possibilidade de antecipar essa fase de transição para o mercado de trabalho", explica o economista e especialista em ensino médio da Fundação Getúlio Vargas, Marcelo Neri. "O ensino médio de hoje é genérico demais. A escola tem de ser atrativa para o aluno que quer frequentar o mercado de trabalho.
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Para Neri, a mudança deveria ocorrer não em nível nacional, mas estadual. "A única coisa que me assusta um pouco é a rapidez dessa mudança. O ideal seria aplicar essa flexibilização em alguns Estados, primeiramente."
Anna Helena Altenfelder, superintendente do Centro de Estudos e Pesquisas em Educação, Cultura e Ação Comunitária (Cenpec), também vê as propostas com cautela. "Repensar o ensino médio é urgente e isso passa pela reinvenção do currículo. A iniciativa é importante", afirma.
Entretanto, ela acha que a ênfase em uma área específica na escola pode acabar excluindo alunos que não se interessem por essas disciplinas. "A flexibilização pode resolver a motivação, mas pode provocar também um desinteresse.
Será que os alunos vão poder optar? Isso é complicado de organizar."
Tanto ela como Neri veem como positiva a ideia de aumentar o tempo em que seria possível concluir o ensino médio noturno, diminuindo a carga horária diária dos alunos. "A princípio, isso pode ser interessante para o estudante", diz Anna Helena.
Wanda Engel, especialista em ensino médio do Instituto Unibanco, acha que, apesar de positivas, as novas diretrizes não vão solucionar os problemas crônicos dessa etapa da educação básica brasileira. "É um avanço grande, mas não acho que resolverá a questão da evasão, por exemplo. Nenhuma ação específica soluciona um problema de grande complexidade, como é o caso", afirma. "Focar em áreas específicas exige a reformatação dos professores que darão essas aulas. Isso implica em outro problema: vai faltar professor."
Ela é contra as medidas para o noturno. "Isso vai incentivar ainda mais a ida de alunos para esse período, o que é prejudicial."
Distância. Para o educador e presidente da Associação Brasileira de Ensino a Distância (Abed), Fredric Litto, a inserção de uma possível carga horária não presencial é válida, mas critica o limite de aulas. "Muitos alunos têm maturidade, já nessa idade, para fazer educação a distância", afirma. "No entanto, acho errado limitar a 20% da grade. Muitos jovens no Brasil precisam trabalhar e estudar ao mesmo tempo. O ensino a distância oferece flexibilidade e conveniência nesse sentido."
e-mail: palmadasemanal@gmail.com
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